Transporte Público Sustentável

Em 2014 estaremos sediando a Copa do Mundo de Futebol no Brasil e por isso, por exigências da FIFA, vários obras terão que ser feitas nas cidades-sedes: estádios, hotéis, estradas, portos e aeroportos entre outras que devem melhorar a visibilidade do país para o mundo.

Um assunto muito discutido está relacionado aos sistemas de transportes coletivos. As pessoas precisarão de mobilidade e conforto para assistir aos jogos, se locomoverem e para o turismo. As discussões giram em torno da eficiência de basicamente dois modelos de transporte de massa: o BRT (Bus Rapid Transit) e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

É consenso geral que uma rede de metro integrada com outras modalidades de transporte urbano, é o que se pode ter de melhor numa cidade com mais de 1 milhão de habitantes. Prova disso que as grandes metrópoles mundiais construíram suas redes, há mais de um século, a exemplo de Londres, Paris, Buenos Aires, Moscou e Nova York. Com o advento dos motores a eletricidade, no início do século passado, os trens subterrâneos e os bondes passaram a circular no subsolo e nas superfícies das vias.

Os ônibus vieram para suprir a demanda dos trajetos que não podiam ser alcançados pelos sistemas ferroviários urbanos, que tinham implantação mais lenta e custos elevadíssimos. Temos vivido uma realidade onde o transporte de massa não tem suprido as necessidades obrigando o uso cada vez maior do veículo particular, gerando complicações de transito, estacionamento entre outras que todos nós conhecemos. O crescimento da frota de veículos particulares que tem-se dado numa taxa de 10% ao ano é “insustentável”.

O sistema BRT cuja sigla já foi traduzida para o português por TRO (Transporte Rápido por Ônibus) alia as vantagens do ônibus e do metro. Sai na frente pela flexibilidade e rapidez de implantação e pelo custo. Basicamente, de acordo com o sub-secretário municipal de transporte do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Gonçalves Maiolino “Para cada real gasto no BRT, seriam necessários três para o VLT e dez para o metrô”. Ao mesmo tempo a implantação de um metrô leva nove anos, a da BRT apenas dois. Segundo Maiolino, o BRT tem capacidade para transportar 45 mil passageiros por hora, por sentido. (Confea)

Apesar de tambem necessitar de uma via exclusiva, a flexibilidade do BRT, por se tratar de veículo sobre pneus é muito maior, não sofrendo tantas limitações quanto às linhas do VLT e do metrô que dependem de certas inclinações máximas, raios de curvas limitados o que restringe em muito os circuitos e as condições de implantação. Principalmente em cidades muito adensadas.

Não estou defendendo a substituição do metrô pelo sistema BRT. Trata-se apenas de uma complementação mais rápida de ser implantada considerando as urgentes necessidades por que passamos hoje. Todo sistema de transporte eficiente deve considerar integração entre as diversas modalidades. Assim conseguiremos atender a demanda das grandes cidades.

De Curitiba onde a idéia foi concebida e implantada vem o bom exemplo que temos no Brasil. Depois para Bogotá, França e Inglaterra onde o sistema foi sendo aperfeiçoado temos hoje cerca de 160 projetos em todo o mundo. Sendo assim, não é um retrocesso como muitos pensam retornar a um veículo sobre pneus.

Pelo contrário, dispomos de uma tecnologia de transporte urbano de alta capacidade, que pode ser implantada a custos praticáveis e em tempo recorde, e o melhor de tudo, que não usa combustíveis fósseis. A alimentação do BRT é elétrica como a do VLT e do metrô.

Não é por acaso que Londres prepara-se para as olimpíadas de 2016 incluindo o BRT como fator de mobilidade e de expansão da rede de transporte, seguindo exemplo de Xangai, Los Angeles, Nova York, Bogotá, Santiago, Cidade do México, dentre outras


BRT de Curitiba

BRT de Curitiba
VLT de Paris

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